China invade espaço aéreo de Taiwan em segundo dia de testes, diz Taipei

Em segundo dia de exercícios militares, Pequim cruzou ao menos 68 vezes Estreito de Taiwan, que fronteira entre os espaços aéreos e marítimos chinês e taiwanês. Testes seguirão até domingo (7). Avião de guerra da China em um dos momentos em que ultrapassa o Estreito de Taiwan e invade espaço aéreo da ilha, em 5 de agosto de 2022. Ng Han Guan/ Associated Press T No segundo dia de exercícios militares em resposta à visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, a China invadiu o espaço aéreo da ilha nesta sexta-feira (5), afirmou Taipei. Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, cerca de 68 aeronaves de guerra e navios chineses cruzaram dezenas de vezes o Estreito de Taiwan, que delimita a fronteira entre a ilha e a China. Aeronaves da Força Aérea de Taiwan fazem fila em aeroporto de Taipei em resposta ao segundo dia de exercícios militares na China, em 5 de agosto de 2022. Johnson Lai/ Associated Press "Vários grupos de aeronaves e navios de combate realizaram exercícios ao redor do Estreito de Taiwan e cruzaram a linha média do estreito", afirmou o Ministério da Defesa de Taiwan. "Este exercício militar chinês, seja pelo lançamento de mísseis balísticos ou cruzando a linha média do estreito, é um ato altamente provocativo", acrescentou. A linha média é uma coordenada não oficial, mas de aceitação geral, entre as costas da China continental e as de Taiwan. China realiza exercícios de disparo de mísseis na costa leste de Taiwan Os testes realizados pela China, os maiores já realizados por Pequim na região, começaram na quinta-feira (4) e serão realizados até domingo (7), segundo o governo chinês. No primeiro dia de exercícios, Pequim chegou a lançar 11 mísseis balísticos perto da ilha. Taipei afirmou ainda que navios da marinha chinesa e aeronaves militares chegaram a cruzar, por alguns instantes, a linha mediana do Estreito de Taiwan, marcação que separa os dois países. Afinal, o que é Taiwan e por que a ilha é estratégica para potências mundiais A medida foi a primeira resposta da China à visita, na quarta-feira (3), da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan. A viagem, que durou menos de 24 horas, enfureceu Pequim, que considera a ilha parte de seu território -- já governo local reivindica Taiwan como um território independente, com suas próprias leis e Constituição. Pequim aplicou ainda um pacote de sanções à ilha, como o corte de importações e exportações. Também nesta sexta-feira, a China anunciou a primeira medida de retaliação contra os Estados Unidos. Pequim disse ter cortado o diálogo de militares de alto nível com Washington, além das conversas climáticas e diálogos sobre repatriação de imigrantes ilegais chineses que chegam a território norte-americano. Leia também: SANDRA COHEN: Pressões da China sobre Taiwan seguiriam adiante mesmo sem a visita de Nancy Pelosi ENTENDA: Por que viagem de Nancy Pelosi a Taiwan eleva tensão entre EUA e China